Ás vezes sinto um sorriso nos meus lábios,meus lábios secos, e simplesmente sinto esse frio no meu estômago,como borboletas azuis que não convidei para entrar.Mal sei o que sinto,mas me reviro do avesso até que tudo isso,desde o começo saia aos poucos de mim,como quem tira uma roupa justa do corpo querendo ela pra si.
Tem dias que me percebo com um leve sorriso nos pensamentos, com uma lembrança à toa destes dias de sol e dos dias de frio, como quem sonha um sonho pequeno e tem um desejo desajeitado de quem nunca se perdeu dentro de alguém. Não me compreendo, mesmo assim, não me pergunto, nem proponho acordo, me esqueço dentro de meus pensamentos, ás vezes eu deixo o meu jeitinho inocente e desajeito abrir as portas dessa minha mente, partes que eu nunca descobri o que é.
Algumas vezes como uma criança que esquece que não tem asas, eu corro, a espera que elas batem com força e eu alcance um vôo longuinho, continuo, alto e me desprenda deste chão, deste vão, deste vazio, de sempre viver na linha de quem teme a altura dos ousados. Não sei bem como dirijo meus desejos, mas sem que seja preciso muitos sopros, eu logo os esfrio com meus menores suspiros, apago-os, congelo-os e os deixo hibernando dentro do mais frio lugar do meu coração.
Tem dia em que não sei se me reconheço ou desconheço, me esqueço nesses dias, deixo-me as minhas menores loucuras, deslizo sobre meus desenhos e desenho um desejo de um beijo rápido e calmo, frio e quente, estranho como tudo que me convida a deixar de apenas ver e enxergar, é um desenho inocente do desrespeito. Nem sempre sei de onde vem, mas, essa parte de mim, essa parte que pede calma, que pede alma, que crê sem questionar, é essa parte que me faz questionar a loucura no meu olhar que vê você e é essa menina dentro de mim que reina.
Angélica Santos Marra
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