Pés pequenos calçados por uma havaiana
Meio fio é o caminho da cigana
Onde pernas andam e desfilam
Equilibram-se como faz à baiana
Mal sabe os olhos que vê, é de propósito
Sem controversas encantam com o brilho
Braços abertos e finos
Unem-se ao horizonte
Mantêm o corpo sobre aponte
Olhos pretos refletem a imagem da menina
Blusa vermelha, jeans e óculos da pequena
A rede logo adiante balança,
Seus pés seguem e ali alcança
Disfarça dentro de si o encanto correspondido
Já recostada no sofá
Segura as palavras do livro a ser engolido
No colo um menino que sem saber a tem
Não era raiva é de criança o tempo
Não era confusão, mas falta de conhecimento
Logo o cansaço alcança
Aquele que a observa não percebeu
O cansaço não fez dela a Bela
Ainda vê e sente mesmo que já adormeceu
Ela vê e se alegra, seu mais simples sono é encanto
Mais que belo canto seria ela dele e ele dela
O corpo não reconhece
Aquilo que a infância ousou escrever
Poderia ser verdade?
A mesma menina agora mulher
Ironicamente nasce cativando
Logo adormece ao poente
Para amanhecer em par somente
Leves risadas e discretas
Escritas pela ironia nas flechas
Talvez acabem mesmo como nos contos
Perdidos ou apaixonados
Talvez simplesmente passe se for fraca
Acontece, o belo perde a graça
Mas sigo como observadora que sou
E digo: - O puro sentimento brotou!
Nas entrelinhas há rima
Abstrata rima que mantém viva
A menina que nesse dia sonhou
Por um tempo esquecem
Um canto de silencio
Dentro daquele que se encantou
Adormece abraçado aos planos
Que o acaso guardou
Angélica Santos Marra
Angélica Santos Marra
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