sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quem ama inventa


Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

Mario Quintana
(1906-1994)

NÃO SE LIMITE AO TÍTULO, LEIA!

Tenho tanto pra te contar
Escrevi nas cartas que não pretendo enviar
Tem um grito mudo pra lhe gritar
Também tenho um sonho pra lhe cantar
Tenho tons e sons pra te pintar

Nada terá endereço
Mas ocupara eternamete minha curiosidade
Há perguntas que não pretendem ser respondidas
Há questões que vieram ao mundo pra ter respostas

Você é uma questão
Minha interrogação
Que não quero responder
Mas o coração já me atropelou e disse
Tenho pouco e muito a dizer
O pouco falarei em breve, não sei...

Não importa o que esta escrito
O que não te enviei não é pra ler
É meu desabafo e minha briga
É o que só DEUS pode saber
E os anjos o sabem de atrevidos
Talvez até lhe soprem aos ouvidos

Se lhe houver a fofoca
Se lhe for bom
Sorria um beijo doce em mim
E diga que não precisa me ler

Não precisa ,mas leia
Se apaixone pela história
Não se limite a capa
Escreva um pouco nas paginas em branco
Continue a história mesmo que não faça sentido

Só um minuto!
Respire,
Cuidado com as virgulas,são poucas
E os pontos lhe entrego três
Se possivel os coloque juntos
Ao contrario do que imagina
Eles odeião fins


                       Angélica Santos Marra

As sem razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Drummond de Andrade